O que faço contigo, [Meu Amor]?, passo os dias a pensar em ti, à tua espera [exactamente como dantes, num encore sem sentido]. Vagueio pelas ruas da cidade com o intuito de te fintar na memória, de te esquecer ao virar de uma esquina, [em vão]. Desço o rio, em direcção à foz, tentando perder-me na beleza da tela que é um pescador em contra luz, ou um barco solitário na água espelhada, mas, ao longe, algures, um fado qualquer, parece conhecer a nossa história avisando insistentemente “Vê como os búzios caíram virados para norte” e ameaçando com profecias “Pois eu vou mexer no destino, vou mudar-te a sorte”.
Nestas férias vou, novamente, dar Workshops de Escrita Criativa para Crianças dos 5 aos 12 anos, no MundoemFesta, em Leça do Balio.
Os cursos têm como objectivo incentivar os mais pequenos a trazerem - de forma lúdica - do seu universo imaginário para o papel, ideias e personagens, concretizando-os numa história, criando, desta forma, o seu primeiro livro. Do surgimento da ideia, à construção da narrativa, passando pela ilustração, a criança vai aprendendo como se constrói uma história, ferramenta fundamental para o seu gosto pela escrita e para o seu sucesso escolar: a partir daqui, verão como fazer uma composição passará a ser um prazer e não um sacrifício.
As datas dos workshops são flexíveis com as vossas preferências e dependentes dos dias em que existirem mais inscrições.
…quem quer, cai. À segunda, só cai quem quer. À terceira, só cai quem é tolo [e eu sou doida por ti]… É que este disco [Meu Amor] há muito que está riscado!
Cheguei agora a casa, Meu Amor. Tenho a pele morena. O sol queimou-a impiedosamente para que se parecesse com a tua. [Para me fazer lembrar de ti.] O salitre temperou-a para que soubesse ao teu suor. A água percorreu-me o corpo em carícias sucessivas. Perigosas. Deliciosas! Fez atirar-me de cabeça. Deixar-me envolver por ela. Ir ao fundo para voltar à tona quase sem ar! [Como tu fizeste comigo…] Hoje não me procuraste. Sei que um dia deixarás [novamente] de o fazer. Assim como a maré – que vai e vem – tu irás também um dia. Sem aviso e sem lógica. Por conjuntura cósmica. Porque sim.