Quarta-feira, 31 de Agosto de 2005
De que me serve a vida sem ti, se és o meu sol, e sem ele os dias não existem?!
Gosto de fazer corridas, na piscina, com os meus sobrinhos pequenos e de não os deixar ganhar.
Segunda-feira, 29 de Agosto de 2005
Eterna Descontente: − Continuas a querer inverter as coisas…
No outro dia, no Club de Golf, encontrei uma amiga que já não via há muitos anos. Chamava-se Cátia e a irmã Sónia. Agora chamam-se Maria e Leonor, os seus segundos nomes, e os filhos Madalena, Martim e Gonçalo.
Personagens:
Simão, 4 anos (como já toda a gente está fartinha de saber)
Eu
Cenário:
Na piscina de um Club, “pinoca”, de Golf, eu e o Simão brincamos. Ele, sem pé, agarra-se a mim como uma cria de macaquito à mãe.
Ao fundo um senhor nada, tranquilamente.
Acção:
Simão (numa voz esganiçada, em alto e bom som): − Aquele senhor vai-te comer o pipipe*!
Eu: − Xiu, Simão, não se diz isso que é asneira!
Simão (indignado): − Não é asneira! Tu também disseste que vinha um tubarão e me comia o pilau!!!
*pipipe: variação “simãonesca” de pipi
pipi: do Lat. Pipinnu (quem havia de dizer!); s. m., órgão sexual da criança do sexo feminino.
Vamos para Tomar, vamos, Meu Amor…
Eterna descontente: − Pára, estás a inverter as coisas… PÁRA!
osCHINELOSdeBYRON: − A
Eterna Descontente: − Alma? Alucinação? Almoço?... (risos)
osCHINELOSdeBYRON: − M
Eterna Descontente: – Ante Meridien? Ambrósio?
osCHINELOSdeBYRON: − O
Eterna Descontente: − Amo? O meu Amo?? Oh, tudo pelo meu amo, Senhor!!! (mais risos)
osCHINELOSdeBYRON: − T
Eterna Descontente: − Pára, estás a entrar num jogo perigoso… pára, PÁRA!
Diz-me, Meu Amor, como és capaz de não sofrer a minha ausência, se a tua falta me desfaz, me despedaça, e me esfrangalha num infinito de pedaços?!
Sofia Bragança BuchholzA chegada
Vista do Aeroporto Francisco Sá Carneiro no Porto/Portugal, de dentro de um avião da Air Europa, acabado de chegar de Madrid, no dia 29 de Julho de 2005.
Foto e Texto/ © Sofia Bragança Buchholz
Samburu...
No inicio de Junho tive um fim de semana prolongado e eis-me a caminho do Nordeste. O destino era a reserva Nacional de Samburu e Buffalo Springs.
A Norte do Monte Quénia, a terra é arida e o clima quente. Para variar, ja que em Nairobi esta frio (15°) e chove 1 a 2 dias por semana...
Do lado Este, Samburu, uma planicie a perder de vista com uma pequena colina mesmo no meio... Do outro lado Buffalo Springs mais montanhoso, mas igualmente arido. A separar as 2 reservas, uma linha de vegetaçao cerrada e o rio Ewaso. Apesar de muito largo, o caudal do rio, nao tinha mais que ½ metro de profundidade.
Mal o sol nascia, la estavamos nos a sair de jipe em direcçao à Reserva. O dia começa e é a melhor altura para ver os elefantes a caminho do rio. Os babuinos a atravessar o rio a correr e aos saltos, para evitar os crocodilos...
Depois, de volta à pousada, um pequeno almoço divinal e, com um livro debaixo do braço, la ia eu até ao “crocodile view point”. Sentada à sombra de uma arvore na esplanada, dormitava um pouco, acordava e la estavam à minha frentre os crocodilos imoveis meios submersos na agua. Lia umas paginas, voltava a olhar para o rio castanho, e la estavam os mesmos crocodilos no mesmo sitio. Que calor, uff!
Depressa me habituei a este ritual, a este ritmo Pole Pole...
Abelha Maia
Domingo, 28 de Agosto de 2005
Reuters/ Will Burgess
É os`Rei Juliánu à bronziár-si!...
Ó num é??... Carámbas, qui tou cúnfusa!
Sexta-feira, 26 de Agosto de 2005
Sabia que, mais tarde ou mais cedo, me iria deparar com um post meu noutro blog e que, de alguma forma, me iria doer.
Angustia-me ver as minhas coisas – textos ou fotos – espalhadas por aí, desarrumadas, mal tratadas, sem links que as remetam para o original (ou apenas, desleixadamente, através de um “aqui”), esquecendo o nome do autor e do blog que tão carinhosamente as fez nascer. Aflige-me saber as minhas palavras dedilhadas por outros dedos, alinhadas em outros templates, escritas a outra cor que não aquela que para elas, cuidadosamente, pensei. Assusta-me sabê-las perdidas, separadas, afastadas umas das outras, longe dos pensamentos originais e dos alinhamentos a elas destinados.
Já escrevi livros. É diferente. Existe sempre o nosso nome, num cantinho, algures. Existe sempre aquela coisa chamada “rigidez” de impressão, firewall precioso contra o vírus, letal, copy-paste, que prende as letras ao papel, amarrando as palavras que formam, para sempre, ao seu autor.
Quinta-feira, 25 de Agosto de 2005
Personagens:
Simão, 4 anos
Tomás, 7 anos
Eu
Acção:
Preparamo-nos para deixar a piscina de um Club de Golf “pinoca” da zona, e o Simão informa-me a mim e ao irmão que tem de se ir despedir dos amigos. Com o seu saco de tacos (minis) de golf às costas vejo-o dirigir-se a um grupo de crianças de várias idades e ouço-o dizer um “Xau, malta!” “inturmado”.
De regresso, passa por uma menina aí de uns seis anos, que todo tempo havia ensaiado passos e poses de ballet na borda da piscina, e com todo o seu charme e ar gozão atira outro “Xau…” a que a menina responde com um sorriso, mas que logo suspende, ao ouvir o “… barriguda!” que remata o fim da frase.
Personagens:
Simão, 4 anos
Tomás, 7 anos
Eu, xx anos (que a minha idade não interessa aqui para nada)
Cenário:
Na piscina de um Club de Golf “pinoca” da zona, o Simão e o Tomás brincam, com o entusiasmo habitual de duas crianças da idade deles.
Ao fundo, outras crianças brincam também, enquanto as respectivas mães, avós, e tias − sobretudo tias − tostam ao sol e põem as novidades das últimas férias no Algarve, em dia.
Eu durmo. Ou finjo, vigiando pelo canto do olho esquerdo, semi-cerrado, o movimento das “minhas” crias e pelo do direito a conversa das outras.
Acção:
De repente, o Tomás, em defesa de um empurrão traiçoeiro que o fez cair de "chapola" na água, agarra o irmão por trás, levantando-o do solo os míseros centímetros que a sua parca força permite, conduzindo-o à piscina. O Simão, fiteiro, observador atento dos habituais queixumes do avô materno, e com fortes dotes para as artes dramáticas, abre as goelas, leva a mão ao peito e numa voz histérica de pânico e aflição simulada, desata a gritar:
− Ai, o meu coração! Aiiii, o meu coração!!
A piscina inteira parou − se fosse noite, poder-se-ia ver a spotlight deslocar-se lentamente e centrar-se na estrela do espectáculo − e em silêncio, a audiência voltou o olhar para a criança.
Eu, com uma vontade enorme de me enterrar ainda mais na espreguiçadeira onde estava deitada e simular um sono profundo que me ilibasse daquele show, levantei-me num pulo para o fazer calar e com um sorriso amarelo esclareci:
− Ele ouve isto ao avô… − E ainda, para acalmar a plateia desconfiada que continuava paralisada − E aos pais que são médicos… Ele não tem nada, a sério.