Domingo, 31 de Julho de 2005
Bolas, onde, diabo, se arranja um, raio, de um template para fazer um fotoblog???
Quarta-feira, 20 de Julho de 2005
sim, vou ali dar um mergulho e já volto.
J. Petrak
Dirigi-me à bilheteira do cinema e pedi um bilhete.
— Central, por favor, e se possível à frente.
— Está esgotado — respondeu indiferente a senhora. — Quer um bilhete para a próxima sessão? — perguntou.
Mas também para mim era indiferente. Ir à sessão das vinte e duas ou das vinte e quatro horas, ver o filme X ou o Y, ir ao cinema ou não ir. E, como na minha indiferença permanecia com a nota de cinco euros pousada em cima do balcão, recebi em troca um bilhete para o lugar número sete, na fila A, para a sessão da meia-noite.
Por mais estranho que possa parecer, senti uma enorme felicidade por aquela mulher ter decidido algo por mim e por me ter poupado ao esforço de, mais uma vez, ter de decidir o que fazer na minha vida. Foi por isso que esbocei um sorriso, mais de gratidão do que de simpatia, quando fechei a carteira e me fui embora.
O cinema ficava no último piso de um centro comercial moderno. Era um local animado, cheio de luzes e cor, onde predominavam os dourados. Era um lugar onde existiam McDonalds, casas de Doughnuts, de Hamburguers, de Crepes, e se passeavam teenagers, trintões, cinquentões... enfim, gente de todas as espécies e feitios. Era mais um daqueles locais de culto do fim do século XX: um bloco enorme de cimento, recheado de lugares onde se pode consumir, aberto, quase, vinte e quatro horas por dia. Mais um desses “santuários” do nosso tempo, onde “gastar é ganhar”, não sei bem o quê.
A zona das fast-foods era perto do cinema e foi mesmo ali que fiquei. Não porque me pretendesse envenenar, mas por ser mesmo o lugar mais perto. Sentei-me numa das mesas entre a casa das Sandwiches e a dos Doughnuts e fiquei à espera que alguém me viesse perguntar o que queria. Foram precisos apenas alguns segundos para me lembrar que, como exemplar deste século, também ali se seguiam as regras deste tempo, a lei do “cada um por si” e que, se quisesse tomar alguma coisa, teria de ser eu a ir buscar. Permaneci sentada. Mais uma vez mais por indiferença do que por renitência à morte da solidariedade. Fiquei assim muito quieta, tentando observar, mas nada vendo, suspirando em busca de oxigénio, perdida nos meus pensamentos... Fiquei assim uma eternidade, ou talvez alguns minutos até ser acordada por alguém que me disse:
— Joana? Estava cheio de saudades tuas!
— Manel João?! — Balbuciei, em pânico. E disfarcei: — Então? Há quanto tempo!
Em fracções de segundos o meu coração disparou. Todas as minhas funções vitais se activaram, e o meu cérebro tentou um plano: como conseguir esconder a minha infelicidade, a minha fraqueza, a minha angústia, a minha solidão...? Mas facilmente percebi que isso seria impossível, pois era sinónimo de “como me esconder?”, e eu não podia, era tarde, pois já tinha sido descoberta.
O Manel João era daquelas pessoas difíceis de descrever. Um fenómeno social. Jogador por natureza, investidor de formação, era um enfeitiçador de mulheres. Havia quem o achasse um génio, quem o achasse um imbecil, mas a verdade é que, fosse por que razão fosse, toda a gente falava dele. E isso deslumbrava-o, alimentava-lhe o “ego”, deixava-o confiante. A modéstia não era, decididamente, uma das suas qualidades. Quase todas as minhas amigas tinham caído na sua teia, ou mais concretamente, na sua cama.
E eu que me sentia tão cansada... tão sem forças para pôr “as garras de fora”... tão receptiva a carícias...
— O que tens Joana? Estás tão triste! — E, sem me dar tempo de responder: — O Paulo arranjou outra?! — Atirou, ele, a matar.
Mesmo antes de poder mentir: “— Não, não foi bem assim...” as lágrimas saltaram-me dos olhos, uma após outra, cada vez mais depressa, como que felizes por se verem em liberdade, como as crianças quando brincam no parque, saltando do escorregão, e deslizando depressa, para irem desaguar na grande boca de areia.
— O Paulo pôs-te os cornos?!...
E eu senti-me ainda mais desarmada, pois já nem unhas tinha de tanto as roer, quanto mais garras para me defender.
— E tu nem desconfiavas?!
Acabou comigo. Soltei um soluço, e outro e outro. Tantos soluços soltei, que foi fácil fazer-me aceitar o convite de ir até ao seu apartamento pois, caso contrário, em vez de ter o grupo de adolescentes e o casal de meia-idade, que estavam sentados nas mesas próximas de nós, teria todo o “santuário” de olhos postos em mim.
No carro não disse uma palavra, pois sabia que, naquela situação, o silêncio era a minha única arma. Deixava-o adivinhar, sem confirmar nem desmentir, dobrando em pedacinhos, o bilhete do cinema que segurava entre os dedos.
— Eu sempre te disse que uma relação à distância não funciona... É impossível — dizia. — Não há relação sem sexo — garantia, como se fosse perito em psicologia conjugal. — Eu não te avisei, Joana?! Os homens não resistem quando ficam sozinhos.
Nisso ele tinha razão, sim, tinha avisado.
— E tu, confessa lá, nunca dormiste, mesmo, com ninguém enquanto andaste com o Paulo?
A esta tive de responder. Mas não foram precisas palavras para o fazer. Desviei o olhar, lentamente, e fitei-o nos olhos, com o olhar semi-cerrado. Ele não respondeu, mas se conheço bem a sua linha de raciocínio deve ter pensado: “pata”.
No elevador subimos até ao quinto andar. Fez-me uma festa no cabelo e disse:
— Deixa lá, o Paulo nunca foi tipo para ti. És muito inteligente, tens muito valor... o Paulo não vale um caracol.
Nisso ele, também, tinha razão, pensei meio cínico, meio ironicamente. Mas quando entrámos em casa e nos sentámos no sofá, soube, desde logo, que nunca mais iria ter descanso.
— Mas conta lá, como é que aconteceu?
— Quem é a tipa?
— Foi há muito tempo?
Só havia uma maneira de saciar a sua curiosidade e de o fazer calar. Deitei a minha cabeça nos seus joelhos e aninhei-me, assim, no sofá. O Manel João, no fundo, era boa pessoa… E deixei que me afagasse o cabelo. Deixei-me deliciar, enquanto as suas mãos me roçavam ao de leve o pescoço...
Ficámos assim muito tempo, como um pai que cuida da sua cria, como um gato que prepara a sua presa. Seja lá como o que for, sabia tão bem, e eu estava tão cansada... Ficámos assim até que eu me virei, ficando com a cara para cima de maneira a poder fita-lo nos olhos. Ele disse:
— Sabes que sempre gostei muito de ti, não sabes?
E eu, como que por milagre ou feitiço, já sem estar cansada, com uma confiança e clareza vindas não sei de onde, respondi:
— Sei que gostas de muita gente. Sei que gostas essencialmente muito de ti.
E com um sorriso de quem possui um trunfo, passei os braços em laço à volta do seu pescoço e fiz descer a sua boca até à minha, aceitando, finalmente, entrar no jogo.
— Manel João?
— Hum?
— De qualquer das maneiras, isto nunca aconteceu entre nós — avisei, mais para me convencer a mim própria do que na esperança de que a promessa fosse cumprida.
E adormeci exausta, com a certeza de que no dia a seguir ainda me iria sentir mais cansada.
© Sofia Bragança Buchholz . Reprodução Interdita
Terça-feira, 19 de Julho de 2005
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cronicas do quenia - 6 -
Omoso!
Hoje apeteceu-me começar com uma saudaçao em delhuo...
E o efeito de um fim de semana na ilha Rusinga!
Oriti...
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Menta*...
Sai de casa às 8:30 da manha. Cheguei a Kisumu, no Lago Vitoria, por volta das 11:00. O jipe MSF ja estava à minha espera. Mas ainda havia bastantes compras para fazer, por isso decidi ir passear, enquanto o Walter andava de loja em loja, de armazém em armazém.
Estava muito calor, por isso resolvi descer em direcçao à estaçao de caminho de ferro. Abandonada, pensei eu. Afinal, ha algumas pessoas à volta. Entrei no recinto e espreitei. No bar, um grupo de mulheres.
– Omoso! – disse.
Gargalhada geral seguida de uma catadupa de palavras e umas caras que me olhavam com ar de quem espera uma resposta.
La tive que admitir, em ingles, que so sei 2 ou 3 expressoes em Luo... E em kiswahili nao sei muito mais....
Bem, depois de meia hora de conversa, la concordaram que eu lhes tirasse umas fotos. Claro que, depois de mostrar o resultado no ecran da minha Nikon fazedora de milagres, os papéis se inverteram e ja nao precisava de pedir!
La me despedi e ouvi uma bela interpretaçao do meu nome. Mais uma.
– Oriti Menta*! – que é como quem diz, adeus Maia!
Abelha Maia
* Esta palavra faz um trocadilho com o nome do autor. Para garantir o anonimato do mesmo, foi, deliberadamente, substituída por mim.
porra, porrA, porRA, poRRA, pORRA, PORRA, PORRa, PORra, POrra, Porra, p orra, p orrA, p orRA, p oRRA, p ORRA, P ORRA, P ORRa, P ORra, P Orra, P orra po rra, po rrA, po rRA, po RRA, pO RRA, PO RRA, PO RRa, PO Rra, PO rra, Po rra, por ra, por rA, por RA, poR RA, pOR RA, POR RA, POR Ra, POR ra, POr ra, Por ra, porr a, porr A, porR A, poRR A, pORR A, PORR A, PORR a, PORr a, POrr a, Porr a
Sábado, 16 de Julho de 2005
Já sonho com o
mergulho, nas férias!
[via Bomba Inteligente] J. Petrak
Sexta-feira, 15 de Julho de 2005
Ego da Eterna Descontente: - Eterna…?
Eterna Descontente: - Sim?...
Ego da Eterna Descontente: - Por que tens os comentários abertos, pá? Ninguém comenta!…
Eu sei que esta (brincadeira) é velha, até, já, desactualizada, mas continua a ser deliciosa e a arrancar-me umas boas gargalhadas. Fica, abaixo, o diálogo. Para o acompanharem com o som, não
deixem de carregar neste link:
Secretary: Mr. President, Condoleeza Rice is here to see you.
George B.: Good, send her in.
Secretary: Yessir.
(Hangs up. Condi enters.)
Condoleeza R.: Good morning, Mr. President.
George B.: Oh Condoleeza, nice to see you. What's happening?
Condoleeza R.: Well, Mr. President, I have the report here about the new leader in China.
George B.: Great, Condi. Lay it on me.
Condoleeza R.: Mr. President, Hu is the new leader of China.
George B.: Well, that's what I want to know.
Condoleeza R.: But that's what I'm telling you, Mr. President.
George B.: Well, that's what I'm asking you, Condie. Who is the new leader of China?
Condoleeza R.: Yes.
George B.: I mean the fellow's name.
Condoleeza R.: Hu.
George B.: The guy in China.
Condoleeza R.: Hu.
George B.: The new leader of China.
Condoleeza R.: Hu.
George B.: The Chinaman!
Condoleeza R.: Hu is leading China, Mr. President.
George B.: Whaddya' asking me for?
Condoleeza R.: I'm telling you Hu is leading China.
George B.: Well, I'm asking you, Condie. Who is leading China?
Condoleeza R.: That's the man's name.
George B.: That's who's name?
Condoleeza R.: Yes.
(Pause.)
George B.: Will you or will you not tell me the name of the new leader of China?
Condoleeza R.: Yes, sir.
George B.: Yassir? Yassir Arafat is in China? I thought he was in the Middle East.
Condoleeza R.: That's correct, sir.
George B.: Then who is in China?
Condoleeza R.: Yes, sir.
George B.: Yassir is in China?
Condoleeza R.: No, sir.
George B.: Then who is?
Condoleeza R.: Yes, sir.
George B.: Yassir?
Condoleeza R.: No, sir.
(Pause. Crumples paper.)
George B.: Condi, you're starting to piss me off now, and it's not 'cause you're black neither. I need to know the name of the new leader of China. So why don't you get me the Secretary General of the United Nations on the phone.
Condoleeza R.: Kofi Annan?
George B.: No, thanks. And Condi, call me George. Stop with that ebonics crap.
Condoleeza R.: You want Kofi?
George B.: No.
Condoleeza R.: You don't want Kofi.
George B.: No. But now that you mention it, I could use a glass of milk. And then get me the U.N.
Condoleeza R.: Yes, sir.
George B.: Not Yassir! The guy at the United Nations.
Condoleeza R.: Kofi?
George B.: Milk! Will you please make that call?
Condoleeza R.: And call who?
George B.: Well, who is the guy at the U.N?
Condoleeza R.: No, Hu is the guy in China.
George B.: Will you stay out of China?!
Condoleeza R.: Yes, sir.
George B.: And stay out of the Middle East! Just get me the guy at the U.N.
Condoleeza R.: Kofi.
George B.: All right! With cream and two sugars. Now get on the phone.
(Condi picks up the phone.)
Condoleeza R.: Hello. Rice, here.
George B.: Rice? Good idea. And get a couple of egg rolls, too, Condi. Maybe we should send some to the guy in China. And the Middle East.
(Condi hangs up violently.)
George B.: Can you get chinese food in the Middle East?
(Condi opens the door.)
George B.: I don't know.
(Condi slams the door. Fanfare.)
"U.S. President George W. Bush waits before receiving the Indiana Black Expo Corporate Lifetime Achievement Award at the RCA Dome in Indianapolis, Indiana, July 14, 2005. Bush addressed the Indiana Black Expo Corporate luncheon and is scheduled to return to the White House following his speech."
REUTERS/ Larry Downing
Fonte: Reuters
Hapa Hapa
A saida de casa, novamente interpeladas pelos “beach boys”. So para falar, para nos conhecer. Ali, Ali Baba, capitao de dhow. Rasta, Rasta-baby, outro capitao. Alias, em Lamu sao todos capitaos de dhows... E o cais esta repleto de dows, pequenos barcos com velas triangulares.
Claro esta que passados uns minutos ja estavamos a combinar os pormenores do passeio de barco que iamos fazer no dia seguinte! Por uns miseros shillings garantimos o acesso a um passeio de um dia ao paraiso! A ver...
O sol ja tinha desaparecido. Das lojas saia a luz que iluminava as ruas, muito agitadas, muita gente. Muçulmanos, a maioria. Os homens de “khanzu” (vestido longo branco) ou kanga, com chapéus “kofia” e as mulheres com os bui-bui negros, so com o rosto descoberto.
Sentiamos a cultura swahili que nos rodeava...
Ao virar da esquina, de volta ao cais, um restaurantezinho simpatico. E o marisco? Divinal! O empregado, Satan de nome, um curtido! So o nome ja da para sonhar...
De volta a rua, grande surpresa! O Ali Baba e o amigo, Rasta-Baby! Mas que coincidencia!
La fomos passear, conversar, tomar cha na rua e... mascar mirra. Mas o efeito nao foi o esperado e nao aconteceu nada. Mais tarde viemos a saber que em vez dos 10 gr. que mascamos durante ¼ de hora, eram precisos cerca de 250 gr., durante algumas horas...
Paraiso...
Ao fim de tres dias decidimos fazer-nos a “estrada” e emigrar para Shela, a vila ao lado. Podiamos escolher: de barco, de burro ou a pé pela praia. E decidimos, para evitar os “beach boys”, ir a pé. Cerca de 1 hora a caminhar debaixo do sol, ao meio dia. Muito bem planeado, sim senhora!
A praia, fantastica!
O Indico, quente, calmo...
Pole, pole...
Muitas horas passamos na esplanada do Hotel Peponi. De manhazinha a tomar o cafe, com o mar mesmo aos nossos pés. A tarde a beber cerveja e a ler. A noite a ver as estrelas e a beber o ultimo copo do dia. E a sentir a brisa, que se transformava em vento forte durante a tarde, e voltava a ser uma leve brisa a noite...
Peponi quer dizer paraiso em kiswahili.
É o unico sitio com bebidas alcoolicas em Shela...
Saa ngapi?
Mas que confusao! Assim nao me parece que vou chegar a algum lado.
Na cultura swahili, o dia tem dois periodos de 12 horas. O primeiro comeca com o nascer do sol, as 6:00 TMG.
Em Lamu, acordavamos por volta da 1, saa moja! Ou seja, sete da matina. Um passeio pela praia, um mergulho e, de volta a casa, o pequeno almoco esperava-nos como combinado, as 4:00, saa mne (10:00 ca da nossa terra!).
Depois, de entre todas as inumeras opcoes... ler e adormecer!
Mais uma ida a praia ao fim da tarde, ou seja, por volta das 11, saa kumi na moja (5 da tarde). Depois, bem, depois... ler e... dormir ate a hora de jantar.
Com tanta actividade, nao admira que me sinta perdida no tempo...
Abelha Maia
Quinta-feira, 14 de Julho de 2005
Quem não entende o post anterior, imagine uma bola em cima do “II”
Tontos, estes “émes” que perdem a cabeça quando andam de mãos dadas!
/IMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMI\
Reuters/ Yonhap