E, no momento em que o pobre cão transpôs o portão de sua casa, ela soube exactamente que nome lhe ia dar. Iria chamá-lo de Alfredo, como o seu amante. E iria domesticá-lo, castrá-lo, fazê-lo submisso e sempre à sua mercê, incondicionalmente fiel, como nunca lhe fora o seu homónimo. Depois, quando se lembrasse de todas as humilhações que este lhe fizera, fá-lo-ia rastejar até si, implorando afecto, e regozijar-se-ia a chamar-lhe “cachorro!, rafeiro!, vira-lata de merda!”
“I had a choice. I could slink off the runway and let my inner model die of shame, or I could pike myself up – flaws and all – and finishe. An that`s just what I did, because when real people fall down in life, they get right back up and keep on walking.”
Cenário: A jogar Trivial Pursuit com o Simão, leio a pergunta de geografia que lhe acaba de sair:
Acção: – “Qual é a ilha mais pequena dos Açores?” Ele pensa, pensa… justifica-se, diz que sabe, que tem a resposta mesmo, mesmo, debaixo da língua, mas que não se está a lembrar. Eu ajudo: – É o nome de uma ave… Começa por “c”. E ele, logo, resplandece e atira prontamente: – Ah, já sei! É Canário! Ilha do Canário!
"A cidade esta deserta E alguém escreveu o meu nome em toda a parte Nas casas, nos carros, Nas pontes, nas ruas... Em todo o lado essa palavra repetida ao expoente da loucura Ora amarga, ora doce Para nos lembrar que o amor é uma doença Quando nele julgamos ver a nossa cura"
Estranha Sedução (The Confort of Strangers – 1990, dirigido por Paul Schrader) é um filme que nos transporta para um universo de estranhos acontecimentos que acabam da forma mais inesperada.
Baseado no romance homónimo do escritor Ian McEwan, e com Veneza como pano de fundo, retrata as férias de um casal – Mary (Natasha Richardson) e Colin (Rupert Everett) – que são agitadas por o inesperado aparecimento de um excêntrico personagem – Robert (Christopher Walken) – e da sua mulher – Caroline (Helen Mirren).
Mary e Colin buscam nesta viagem as certezas que não têm para a sua relação. Rico em detalhes e pormenores, o filme consegue conduzir-nos na perfeição neste relacionamento, no evoluir da suas dúvidas para certezas, surpreendentemente conseguidas à medida que o sórdido desconhecido Robert se intromete. O comportamento e discurso bizarros deste e da sua mulher fazem, inexplicavelmente à primeira vista, com que o casal se aproxime, que comece a comunicar, que fantasie, que se fortaleça emocional e sexualmente. Ian McEwan cita Cesare Pavese no início do seu livro: “Viajar é uma brutalidade. Força-nos a confiar em estranhos e a perder de vista todo o conforto familiar do lar e dos amigos. Fica-se em constante desequilíbrio (…)” E perante isto, somos levados naturalmente a entregarmo-nos àqueles que melhor conhecemos e em quem mais confiamos.
Contudo, paira no filme um clima constante de desconforto e desconfiança – mas também de atracção e fatalidade – e, como Colin e Mary, apercebemo-nos dos sinais, mas preferimos ignorar o perigo e deixarmo-nos arrastar, fascinados, para o abismo.
Bryan Ferry - "She" [Opening the Cannes Film festival 2009]
He May be the face I can't forget The trace of pleasure or regret May be my treasure or the price I have to pay He May be the song that summer sings May be the chill that autumn brings May be a hundred different things Within the measure of a day
He May be the beauty or the beast May be the famine or the feast May turn each day into a heaven or a hell He may be the mirror of my dreams The smile reflected in a stream He may not be what he may seem Inside his shell
He Who always seems so happy in a crowd Whose eyes can be so private and so proud No one's allowed to see them when they cry He May be the love that cannot hope to last May come to me from shadows of the past That I'll remember till the day I die
He May be the reason I survive The why and wherefore I'm alive The one I'll care for through the rough in ready years Me I'll take his laughter and histears And make them all my souvenirs For where he goes I've got to be The meaning of my life is