Sábado, 28 de Junho de 2008
Dei por mim esta noite, ocasionalmente, a ver a final do concurso "Dança Comigo" na RTP1 e apeteceu-me vir aqui dizer três coisinhas:
- A Catarina Furtado tem tanto de bonita como de parvinha e pateta (ou, pelo menos, assim o parece neste programa).
- A Eunice Muños ou está chéché ou continua armada em intelectualóide, com uma ironia que não se entende, do tipo “eu vim cá, mas isto não é nada comigo que sou superior a estas coisas” se bem que, em relação ao caché, não se deva fazer nada de desentendida.
- O programa é uma valente caca para a qual não há a mínima pachorra. Livra!
Sexta-feira, 27 de Junho de 2008
E se, um dia, me acabarem as palavras?!
Sarah Jessica Parker na série Sex and the City
Quinta-feira, 26 de Junho de 2008
Personagens:
• Eu
• O cão Spike
Cenário:
Durante o jantar deixo cair nas imaculadas calças brancas, vindas directamente da lavandaria e acabadinhas de vestir, um bocado nojento de esparregado. Depois de um par de exclamações impróprias de ficarem aqui registadas, tenho uma ideia genial, voltando-me para o cão da casa:
Acção:
– Anda cá, Spike! Lambe isto com a tua baba biónica.
* ou e o Poderoso Substituto dos Toalhetes de Limpeza
Quarta-feira, 25 de Junho de 2008
© Foto: ? / Na foto: Eva HerzigovaEnquanto a maior partes das pessoas, quando ingere álcool em saídas nocturnas, se deita às quinhentas e, depois raciocínios mirabolantes e façanhas extenuantes, acorda a horas impróprias, ressacada, improdutiva, completamente fora da rotina dos comuns mortais, sendo o intuito de tal acto, tantas vezes, exactamente esse; eu, noctívaga perfeita, anti-madrugadora, bebo um copo a mais e aterro na cama às duas da manhã, sem memoráveis discursos nem feitos, para despertar às seis, com o cantar do galo imaginário, fresca que nem uma alface, pronta para trabalhar e, pior ainda, cheia de vontade de o fazer!
Terça-feira, 24 de Junho de 2008
© Foto: ? / Na foto: Adriana LimaOh, obrigada, obrigada!
Segunda-feira, 23 de Junho de 2008
Personagens:
• Simão, 7 anos
• A minha irmã
• Eu
Cenário:
O Simão, à mesa da sala, antes do jantar, durante o jantar, depois do jantar…:
Acção:
– Blá, blá, blá…blá blá blá blá, blá…blá blá blá blá blá blá, blá blá blá. Blá, blá, blá…blá blá blá blá, blá… blá, blá, blá…blá blá blá blá, blá blá blá blá blá blá blá blá blá… blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá. Blá, blá, blá blá…blá blá blá blá, blá… blá, blá, blá…blá blá blá blá, blá blá blá blá blá blá blá blá … blá…blá blá blá blá, blá… blá, blá, blá…blá blá blá blá, blá blá blá blá blá blá blá blá…. Blá blá blá blá, blá blá blá blá blá blá blá, blá blá. Blá blá blá blá blá blá blá blá blá, blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá, blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá…
E a minha irmã, expirando um longo suspiro, voltando-se para mim:
– Percebes porque é que eu entro na segunda-feira mais cansada do que chego à sexta…?!
Domingo, 22 de Junho de 2008
© Foto: ? / Na foto: Gisele BundchenClássica. E não me lixem... já ninguém me muda!
Ella Fitzgerald - Let`s do it, let`s fall in love.
Sexta-feira, 20 de Junho de 2008
Imagem retirada daquiPersonagens:• Simão, 7 anos• O avô materno• A família inteira (como figurante)Cenário:Na sala, em frente à televisão, a família sofre a ver o Europeu de Futebol.No meio do sufoco que foi o jogo de ontem, o avô grita, desesperado, para o número onze da selecção:Acção:– Anda, Simão! Vamos, lá, pá! E o nosso, delicioso, gozão, fazendo-se de desentendido:– Onde avô? Onde queres que eu vá?
Terça-feira, 17 de Junho de 2008
Sábado, 14 de Junho de 2008
© Foto: ?Era (e sou) fã da série o “Sexo e a Cidade”. Achava-a inteligente, perspicaz e com sentido de humor. Divertia-me a sagacidade com que eram analisadas as relações entre homens e mulheres (ou até mesmo entre homens e homens) e a forma irónica como estas eram descritas. Nela, as vidas das personagens – apesar do brilhantismo do guarda-roupa, particularmente na última temporada – estavam longe de serem perfeitas, à semelhança das nossas, comuns mortais. E essas imperfeições eram compensadas com outras coisas, o que nem sempre acontece na realidade, mas que se revela fundamental em ficção pois transmite-nos – a nós público – a sensação de esperança, de possibilidade de felicidade. Carrie, a eterna apaixonada por Mr. Big, era compensada da ausência de reciprocidade pela amizade de Charlotte, Miranda e Samantha; Charlotte, que ansiava acima de tudo na vida ser mãe, via o seu equilíbrio num casamento feliz; Samantha, a braços com um cancro na última série, vê reforçada a sua auto-estima num homem muito mais novo que fica, incondicionalmente, ao seu lado; e Miranda, frente a um tipo de vida que não desejara, dá a volta por cima e compensa a liberdade de que subitamente se vê privada na estabilidade e conforto de uma família. E estes são apenas alguns exemplos.Ontem fui ver o filme. Avisada pelas críticas “da especialidade” de que era um mau filme, não me deixei convencer, pois geralmente discordo das opiniões intelectualóides destes experts que tantas vezes não expressam o que acham, mas o que fica bem dizer. Acontece que o filme me desiludiu. O argumento é fraco e incongruente com a personalidade (já nossa conhecida) das personagens. Carrie passou de assertiva a fútil, Charlotte de clássica a histérica (nunca na série ela deu tamanhos gritinhos!), Miranda deixou de ser inteligente para passar a ser pateta (o argumento de culpa que carrega, não convence nem o mais simples de espírito), Mr. Big, de ser independente para passar a ser um triste. Só Samantha parece esforçar-se por salvar a situação, mantendo-se fiel a si própria e ao seu gosto por sexo e, vendo-se privada dele pela imposição do argumento, compensa-o, consistentemente, da única forma capaz de fazer sentido. E de nos fazer rir. [Também postado aqui]
Sexta-feira, 13 de Junho de 2008
Que símbolo fecundo
Vem na aurora ansiosa?
Na Cruz Morta do Mundo
A Vida, que é a Rosa.
Que símbolo divino
Traz o dia já visto?
Na Cruz, que é o Destino,
A Rosa, que é o Cristo.
Que símbolo final
Mostra o sol já disperto?
Na Cruz morta e fatal
A Rosa do Encoberto.
Fernando Pessoa, em Mensagem, Os Símbolos, Quinto/ O Encoberto
O segredo da Busca é que não se acha.
Eternos mundos infinitamente,
Uns dentro de outros, sem cessar decorrem
Inúteis; Sóis, Deuses, Deus dos Deuses
Neles intercalados e perdidos
Nem a nós encontramos no infinito.Tudo é sempre diverso, e sempre adiante
De [Deus] e Deuses; essa, a luz incerta
Da suprema verdade.
Fernando Pessoa, em Primeiro Fausto