Sexta-feira, 29 de Fevereiro de 2008
Emmanuelle Seigner e Harrison Ford no filme "Frantic"
Provocadoramente ingénua, a pensar em ti, Meu Amor.
Sempre que olho para o relógio são três horas e trinta e três minutos. Coincidências [de que só eu sei].
Quinta-feira, 28 de Fevereiro de 2008
Annie Lennox - A Whiter Shade of Pale
Quarta-feira, 27 de Fevereiro de 2008
Chovem, quase diariamente, nas nossas caixas de correio, mails com petições contra os mais variados tipos de atrocidades infligidos, mundialmente, a animais. A maior parte das vezes, apagamo-los, porque na nossa já tão complicada vida queremos é esquecer a desgraça e iludir-nos que o mundo corre, senão belo, pelo menos harmoniosamente, à nossa volta. Nos últimos tempos, contudo, tenho reflectido sobre este assunto e visto vídeos e fotografias onde estas barbaridade estão documentadas. Digo-vos, não é fácil! Estas são atrozes, chocantes, repugnantes. A maioria das vezes, tenho dificuldades em as conseguir ver até ao fim!A carnificina é variada: Há quintas onde animais são mantidos nas condições mais degradantes – expostos na sua já curta vida ao frio, à fome, à sede e a falta de espaço – para acabarem mortos por electrocussão anal ou vaginal, para que a sua pele não fique danificada, muitas das vezes, não sendo esta fatal à primeira, acaba por ser arrancada ainda com eles vivos. Já na romântica e requintada França há quintas de criação de gansos e patos para produção da famosíssima delicatesse “fois-gras” que são autênticas fábricas de tortura. Este, consegue-se através da alimentação forçada dos animais, sendo-lhes enfiados tubos pela garganta, duas ou três vezes por dia, e quantidades absurdas de ração e gordura bombeadas continuamente para o estômago destas aves, que lutam desesperadamente para fugir. Muitas vezes, os tubos perfuram as gargantas dos animais, causando-lhes hemorragias fatais e dores insuportáveis.Na China, por exemplo, os animais são apanhados pelas autoridades de forma brutal, literalmente, engaiolados em compartimentos minúsculos onde mal se podem mexer e ficam imobilizados horas para serem abatidos de forma cruel, à paulada ou enforcados.Também neste país, animais domésticos – mas também vacas, galinhas e coelhos… – são jogados vivos nos recintos dos leões e tigres, em jardins zoológicos, e servidos como alimento. Funcionários do zoo incentivam os turistas a comprar estes animais para oferecer aos predadores e assim se divertiram a presenciar o repasto.Tudo isto, já para não falar no uso de animais na industria do entretimento, na cosmética, na decoração, na experimentação e até na pornografia!É evidente que é impossível a alguém civilizado ficar indiferente a esta barbárie e, aqui, é fundamental o papel das instituições de defesa dos animais na divulgação e sensibilização destes crimes. Contudo afasto-me destes organismos, geralmente nisto: é que na defesa de princípios inquestionáveis caiem, grande parte das vezes, em radicalismos extremos. Comer carne é natural para nós, como o é para os tigres e leões e para todos os outros carnívoros à face da terra. O que é inconcebível é que os bichos que comemos tenham de sofrer para/ e ao morrer. Sendo nós, os humanos, especialmente, mestres na tecnologia (e no Direito), porque temos de infligir vários choques até que a nossa presa morra electrocutada? Porque temos de lhe tirar a pele ainda viva? Porque temos de a deixar sangrar até morrer? Porque temos de a manter, nas suas já curtas vidas, em compartimentos minúsculos, amontoada com milhentas outras, nas condições mais adversas de higiene, rodeadas de fezes, urina e escuridão, vivendo na mais profunda infelicidade? Em nome da economia de custos, dos costumes e da moda, entre outros, eu sei, mas com estes não posso compactuar. É inconcebível que em pleno século XXI um artista plástico – o costa-riquenho Guillermo Habacuc Vargas – exponha um cão vadio numa galeria de arte e o deixe morrer à fome e à sede perante os olhos atentos de um público faminto de cultura. E que ainda para mais seja premiado por isso! (o artista foi escolhido para representar o seu país na "Bienal Centro-americana Honduras 2008")É estapafúrdio que num país como o nosso, em nome da tradição, os organizadores da festa de Carnaval em Campia (Vouzela) metam um gato num cântaro de barro – onde, em pânico, fica fechado até à hora da festa – o icem num mastro forrado com palha, para, no fim do desfile, lhe lançarem fogo, que, ao queimar a corda, o deixa cair ao chão e, então, sair o pobre gato que corre desnorteado, tendo ainda à perna foliões mascarados que o perseguem com paus e tenazes na mão, tentando apanhá-lo. Repito, é surreal!Há, ainda, outra questão porque me afasto do radicalismo destas organizações: é que compreendo que em muitos dos países onde isto acontece, a vida humana tem um valor diminuto, comparado com o que se lhe atribui nos países ditos civilizados, e não são respeitados nem os direitos humanos quanto mais os direitos dos animais! Nestes casos, assinar petições contra o boicote mundial dos seus produtos seria, para além de nada resolver em relação aos animais, contribuir para a degradação do seu já, muitas das vezes, miserável povo. E entre os animais e os humanos – por muito que algumas vezes me custe – ainda escolho, obviamente, os segundos.Nota: Os vídeos e imagens supra mencionados podem ser vistos, por exemplo: aqui, aqui, aqui. Aconselho vivamente – quem for capaz – a vê-los. É completamente diferente ler sobre estas barbaridades de ver as imagens. Estas, contêm cenas chocantes de violência contra animais e, REPITO, não devem ser vistas por pessoas facilmente impressionáveis.
[também postado aqui]
Personagens:
• Simão (7 anos)
• Eu
Cenário:
Existe um cão novo em casa dos meus sobrinhos, um pachorrento Labrador preto com pouco mais de dois meses de idade. Apesar de pacato, o cachorro gosta de afiar os dentes, e tem particular predilecção pelas mãos dos miúdos, quando estes brincam com ele.
O Simão reclama:
Acção:
– És um bárbaro, Spike! Um bárbaro!
Eu rio-me. E, testo-o, divertida, à espera de o ver estatelar-se na resposta.
– E tu por acaso sabes o que é um bárbaro? Sabes quem eram os bárbaros?
E ele prontamente:
– Sei, claro. Eram povos antigos muito rudes e maus.
Moral da história:
Ora, toma, aprende, que é para a próxima não perguntares!
Na foto:Melissa Rose Haro e Rosie Huntington-Whiteley/ © Foto: Ellen Von Unwerth
Indiferentemente a pensar em ti, Meu Amor.
Terça-feira, 26 de Fevereiro de 2008
nédiodo Lat. nitidu, brilhanteadj.,luzidio, anafado;brilhante, lustroso. “Era um homem velho, de cabelos brancos, polido e nédio como um embaixador, sério como uma estátua, penteado como um gentleman.”.[Em “O Mistério da Estrada de Sintra”, de Eça de Queiroz em colaboração com Ramalho Ortigão, Editora Livros do Brasil – Para Modelo Continente, pág. 175]
Os Cromos da noite:Daniel Day-Lewis e Rebecca Miller indescritíveis.
Os Bichos da noite:Tilda Swinton num modelo morcego, Alber Elbaz para Lanvin. [E eu que tanto gosto desta actriz e que fez um papelão no filme "Michael Clayton - Uma Questão de Consciência"].
Diablo Cody num leopardo balofo da Dior, por John Galliano.
A Preferida da noite:Helen Mirren vestida com um Georges Chakra. Não me importava de chegar àquela idade e poder vestir-me assim.
Segunda-feira, 25 de Fevereiro de 2008
Começa hoje a 28ª edição do Fantasporto – Festival Internacional de Cinema do Porto. A Sessão de Abertura é às 21.30h, com o filme “Este País Não é Para Velhos” (No Country for Old Men), de Ethan e Joel Coen, filme vencedor do Oscar para o melhor filme do ano.Informações sobre a programação: aqui
Sábado, 23 de Fevereiro de 2008
laudas. f.,
página de livro escrita ou em branco.“O outro continha uma colecção de pensamentos, de máximas, de versos, de desenhos, de aguarelas firmados por muitos nomes diversos. Eu devorava com os olhos o conteúdo de cada lauda.”.[Em “O Mistério da Estrada de Sintra”, de Eça de Queiroz em colaboração com Ramalho Ortigão, Editora Livros do Brasil – Para Modelo Continente, pág. 186]
Na foto: Doutzen Kroes / © Foto: ?Faustosamente a pensar em ti, Meu Amor.
Quarta-feira, 20 de Fevereiro de 2008
Personagens:• A minha irmã• Eu Cenário:Na manhã seguinte à noite em que lhes contei o filme de terror, ao ligar o telemóvel, entra-me a seguinte mensagem da minha irmã:Acção:“Não podes voltar a contar filmes de terror ao Simão. Passou a noite toda acordado, a tremer, cheio de medo, e a desejar que o dia nascesse.”.E terminava assim, o que, no meio dos meus remorsos, me fez soltar uma farta gargalhada:“Duvido que volte a entrar no Teixeira!”.É que o Teixeira é o barbeiro dele.
Terça-feira, 19 de Fevereiro de 2008
Imagem do filme: Sweeney Todd - The Demon Barber of Fleet Street Personagens:• Simão (7 anos) • Tomás (10 anos)• Mãe do Simão e do Tomás• Eu Cenário:Depois do jantar, ainda à mesa, o Tomás, o Simão e a minha irmã, incitam-me a contar o filme de terror que vi na véspera. Os três, de olhos postos em mim, escutam, atentos:Acção:– Ele tinha sido condenado injustamente e regressou com o desejo de se vingar e recuperar a filha que ficara com o mau… Arranjou uma namorada, que fazia as piores empadas de Londres com carne de gatos e baratas… Faço uma pausa, mas eles nem me dão tempo de recuperar o folgo e reclamam em uníssono:– Vá, continua! Continua!Eu continuo:– Como era barbeiro, montou uma barbearia por cima da loja da namorada e resolveu cortar as goelas a toda a gente de quem se queria vingar… Aí, tinha uma cadeira com um alçapão que dava directamente para o sítio onde a namorada tinha o forno de cozer as empadas e sempre que alguém, lá, ia fazer a barba, sozinho, ele matava-o e mandava o corpo pelo alçapão abaixo. Passaram a fazer empadas de carne humana e estas – porque, claro, ninguém sabia – tornaram-se as mais deliciosas e gabadas de Londres!Faço outra pausa e eles, entusiasmados:– Continua, continua!
Segunda-feira, 18 de Fevereiro de 2008
Na foto: Miranda Kerr/ © Foto: Victoria`s Secret