Quinta-feira, 31 de Maio de 2007
© Foto: Ruven Afanador
Quarta-feira, 30 de Maio de 2007
Uns pais que ajudem um filho que, neste país de economia estagnada e precária, se encontre no desemprego, ou não tenha rendimentos suficientes para a sua subsistência, e um tio que ajude, caridosamente, nas despesas de educação, os filhos deste seu irmão, têm de declará-lo às finanças e pagar impostos (de selo ou seja, lá, do que for)?!Mas está tudo doido, ou quê?! Para além da porcaria de (in)Segurança Social que temos querem-nos dar cabo também dessa outra segurança, que felizmente ainda existe em alguns países do sul da Europa, que é a solidariedade familiar?Permitam, mas é, que estes actos, tantas vezes conseguidos à custa de ginásticas incontáveis no equilíbrio orçamental dessas famílias, passem a poder constar como despesas na Fiscalidade das mesmas. É que já deve ser suficientemente humilhante viver de "esmolas", e mais ainda será, ter de viver sob o mesmo tecto para que as possam deduzir nos impostos. © Foto: REUTERS/ Pawel Kopczynski
Daqui a uns dias vou a Barcelona. Na procura de alojamento, foi com espanto que constatei que, na descrição das características dos hotéis, ali, mesmo, ao lado da informação sobre se têm ar condicionado ou mini-bar, se existem facilidades para pessoas com mobilidade condicionada e se permitem animais de estimação, existe a tão singela e catita rubrica: “amigável a Gays” (Gay Friendly).Ora, pergunto-me se estes “estranhos seres” (sim, porque é exactamente nisso que esta rubrica os transforma) terão comportamentos públicos distintos dos, dos heterosexuais, entrarão, por ventura, no hotel aos pulinhos, com um rótulo na testa e um dildo no rabo ao que, ao identificá-los, o recepcionista estará instruído para se desfazer em sorrisos, salamaleques e serventias?!Não entendo. Sinceramente, senhores, ele há coisas que não se entendem…
Ainda sobre o tema supra, disparate por disparate, lembrei-me deste excelente sketch:
Terça-feira, 29 de Maio de 2007
Personagens:• Simão, 6 anos• Eu, (como narrador)Cenário:Ao jantar, o amarelo de uma omolete de gambas contrasta, maravilhosamente, com o negro de um spaghetti di seppia. Ao deparar-se com tamanho festival de cores no prato, o Simão, enojado, rejeita, diplomaticamente, o manjar:Acção:– Deve estar muito bom. Mas vocês já sabem: eu não como massa africana!
Segunda-feira, 28 de Maio de 2007
Domingo, 27 de Maio de 2007
Ainda sobre a polícia portuguesa, esse maravilhoso escol mundial, apraz-me partilhar convosco as poucas, mas dignas de relato, experiências que tive com ela.Das várias vezes que me assaltaram o carro, nunca essa força de elite me encontrou o larápio, o que, sendo uma prática comum na zona onde habito e um comportamento padronizado por parte dos malfeitores, penso não seria difícil para essa magnífica autoridade de concretizar, ou, melhor ainda, prevenir. Os malfeitores actuam invariavelmente à noite quando vêem na área um carro novo; nunca se arriscam a estroncar uma porta ou um vidrozito em ruas principais, ficando-se pelas pequeninas que as circundam, sendo até uns tipos decentes, porreiros mesmo, abstendo-se da pilhéria quando os informamos, através do porta-luvas aberto, que ali não há nada para levar. Nos carros habitués, estes gentlemen, não tocam, não os ilibando, contudo, o facto de nos rebentaram os vidros dos carros novinhos em folha que, ao engano, julgam não fazer parte do espólio dos moradores e dos quais desconhecem ainda os “hábitos de arrumação de interiores”. Uma das vezes, demos, até, de caras com um destes senhores, que tão surpreendido como nós, mas bastante mais ágil, pisgou-se rapidamente, assegurando-nos, contudo: “eu não roubei nada, eu não roubei nada.”. Pois não. Não havia nada para roubar! Mas este “querido” esqueceu-se que quem tinha de pagar a conta do vidro não era ele: éramos nós. Apresentada a queixa na esquadra, descrito o ladrão, o agente, familiarizado com a ocorrência, assegurou-nos que já sabia quem era, e mandou-se então buscar a casa, vulgo, à toca, este lobo de trazer por casa. Não era o homem que procurávamos mas, pelos vistos, um que agia de forma igual e que, partindo a torto e a direito vidrozinhos a carros, roubando aos magotes rádiozitos e leitores de CD`s, circulava, ali – e na minha rua, caraças! – na paz do senhor… agente.Outra das vezes, e esta foi das mais hilariantes que me ocorreu, acabadas de sair do health club, ainda de cabelo lambido da piscina e desarranjadas, eu e uma amiga conversávamos dentro do carro distraídas, concentradas que estávamos na verborreia, pois são assim as mulheres, e eis que, surpreendentemente, sentimos o carro abanar violentamente. Espreitando pelo vidro verificamos, atónitas, ser uma turba de polícias (uns cinco ou seis), os autores do crime. Meus caros leitores, asseguro-vos que não era Carnaval e por isso, confiantes de estarmos, mesmo, perante essa coisa magnífica e segura que é a autoridade portuguesa, abrimos a porta e perguntámos o que se passava. À toa, e aos risinhos, estes excepcionais corpos de intervenção, responderam que estavam apenas a ver se se encontrava gente dentro da viatura, apressando-se a seguir caminho rumo à sua esquadra que, aliás, se situava, ali mesmo, a uns cinquenta metros. Ora bem, pasmadas, boquiabertas, eu e a minha amiga entreolhamo-nos e interrogamo-nos se estariam a testar a suspensão do BM? Era bom que estivessem: é que, do mal, o menos! Mas uma coisa é certa, para nós, a partir daquele momento, a autoridade nacional perdeu, definitivamente, a imagem e o respeito de autoridade.
com os seus Presidentes (de Junta, de Câmara...):
Às dezenas. Todos iguais. A deixarem o país de tanga!
Sexta-feira, 25 de Maio de 2007
... não se esqueçam:Always look on the bright side of life... fiu-fu... fu, fu, fiu-fu!
Naquele fim de tarde, antes que lhe explodisse de dor e se espalhasse pela casa em penosos pedacinhos, ela tirou a cabeça e pousou-a, cuidadosamente, sobre a escrivaninha do hall da entrada.
Depois, degolada de preocupações, descansou o corpo, assim, confortavelmente, serão adentro, na chaise-longue da sala.
Quarta-feira, 23 de Maio de 2007
Sofisticada, sensível, elegante… com o meu recôndito cromossoma Y a “dar a dar”:- 1001 cavalos- 407 km/h- Um milhão de euros“Luxuoso, elegante, marcante, exclusivo, loucamente caro e enlouquecedoramente rápido” [Matt Stone; in: “The New York Times Syndicate”]
Esculápiode Esculápio, n. pr.
s. m.,
médico.
“Carlos ia formar-se em Medicina. E como dizia o Dr. Trigueiros houvera sempre naquele menino realmente uma «vocação para Esculápio».” [Em “Os Maias”, de Eça de Queiroz, Edições Livros do Brasil; pág. 91]
© Foto: Bela Borsodi