Segunda-feira, 7 de Janeiro de 2019

The world keeps turning

Chegamos à meia idade cobertos de cicatrizes, tantas, abertas, purgando sangue e aguadilha, pus de vivências. Envoltos em ligaduras, somos múmias mortas-vivas. Chegamos a meio da vida tão feridos e doridos, tão doentes e frágeis que um simples toque de dedo, certeiro, nos faz tombar. Somos carência e fraqueza. Somos falsos fortes. Somos incertas certezas. Somos um cheio de vazio. Sentimos tanto... e nada!

Vivemos num parco equilíbrio encarcerados na nossa própria solidão, ansiando dela sair, mas temendo-o ao mesmo tempo. A dor é a nossa zona de conforto. O sofrimento o nosso estado normal. E não há quem nos resgate de lá. Não deixamos. Nada nem ninguém nos pode salvar. Nem o amor, porque, simplesmente, já não acreditamos nele.

 

 

publicado por Sofia Bragança Buchholz às 03:40
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Sexta-feira, 21 de Dezembro de 2018

Carol do [meu] Natal

Tocam carols de Natal, há gente feliz e luzes cintilantes,

E eu deambulo pelo ano que passou num flashback de sentimentos e vivências.

Há árvores coloridas, enfeites e presentes… Ausentes… e tu és um deles.

Um ano de mentiras…

I wish I had river a could skate away on…

Um ano de faz de conta...

I'm going to quit this crazy scene...

Um ano de traição.

Oh oh oh... Oh oh oh... Oh. Oh. Oh!

Tocam carols de Natal e não neva lá fora,

Mas o meu coração está ferido, gelado e sem fé,

Por tudo o que me fizeste, por tudo o que deixaste de me fazer.

I wish... I would teach my feet to fly...

Trezentos e sessenta e cinco dias para decidires o que ainda hoje não decidiste,

Duas ou três coisas que, confessas, ainda não sabes se alguma vez resolverás.

You made your baby cry

Não entendo porque me enganaste se as coisas não eram claras para ti,

Porque juraste certezas, se não tinhas nem uma,

E vens agora dizê-lo, depois de tantas vezes o ter perguntado.

You`re so hard to handle, you`re selfish... and I'm sad

Não percebes o contrasenso, a tua falta de coerência,

És um cata-vento à deriva, mudas de direcção com os humores,

Hoje é “sim”, amanhã é “não”…

Não! Agora é tarde demais.

Now I've gone and you lost the best baby that you ever had

Tocam carols de Natal e não vou dizer que não estou triste,

Mas quebraste a coisa mais importante que havia entre nós,

E dificilmente ou nunca se repara a confiança, uma vez destruída.

You made your baby say goodbye

 

Oh oh oh... Oh oh oh... Oh. Oh. Oh!

 

 

publicado por Sofia Bragança Buchholz às 21:43
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Sábado, 22 de Setembro de 2018

Sobre a Perda

Só existe uma maneira de suportar a dor da perda: como o viciado que supera o seu vício dia após dia, é viver um dia de cada vez. Nunca pensar no futuro ou extremismos como o "nunca" ou o "sempre", que nos exacerbam a ansiedade e nos conduzem ao pânico. É somar resignadamente um dia e outro e outro até serem muitos e, quando olharmos para trás, percebermos que já estamos noutro patamar e que aquele por quem sofremos já não faz - ou até nunca fez - sentido na nossa vida.

publicado por Sofia Bragança Buchholz às 13:36
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Sexta-feira, 21 de Setembro de 2018

Solidão

A solidão é isto. Assim tão simples, tão curta. Resume-se em três palavras e uma conjunção: 
Tanta gente e ninguém!

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publicado por Sofia Bragança Buchholz às 13:39
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Sábado, 11 de Agosto de 2018

A [literal] Insustentável Leveza do Ser

Vivemos numa era assustadora do descartável. Descartamos coisas, pessoas, sentimentos. Não há responsabilidades, não há compromissos, não há empenho. Hoje és, amanhã já foste. Hoje amo-te, amanhã já nem me lembro que exististe. Tudo é efémero, volátil e passageiro. As contrariedades não se superam, eliminam-se, eliminando quem presumivelmente as causou. Não há prazeres adiados, esses dão trabalho, requerem paciência e resiliência. Há o "agora", o "já". Não há o NÓS. Há o EU. Como EU quero, quando EU quero, com quem EU quero. Unilateral. Independentemente da mossa que isso possa causar no(s) outro(s).

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publicado por Sofia Bragança Buchholz às 13:47
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Domingo, 22 de Julho de 2018

Lírios para a Kika 

Ao olhá-los lembrar-me-ei de ti, minha flor

 

Assim como a orquídea branca me lembra a minha mãe, ao olhar os lírios lembrar-me-ei de ti. 
Tenho o jardim dos meus mortos dentro de casa e é nele, quando a saudade aperta, que descanso a minha dor.

 

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publicado por Sofia Bragança Buchholz às 13:51
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Sábado, 7 de Julho de 2018

O Tempo

Sempre esta angústia. Sempre este aperto no peito e nó no estômago, receando uma desgraça eminente. Uma partida, uma perda, uma morte, a saudade de alguém querido que nunca mais se verá. Protejo-me. Defendo-me. Isolo-me. Não se perde quem não se tem. Mas não nascemos sozinhos, do nada, e somos seres sociais. Existem sempre uma mãe e um pai. Uma família. Uma teia social que se vai rasgando com o tempo. Os seus fios vão-se partindo pelo caminho. Com ele, todos morrem, é o inevitável axioma da vida.

 

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publicado por Sofia Bragança Buchholz às 04:43
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Sábado, 16 de Junho de 2018

...

Não existem finais felizes. Todos os finais são inevitavelmente iguais. Terríveis para quem fica, libertadores para quem parte. No limite, todos terminam com a morte. A única felicidade reside na esperança da ausência de sofrimento.

publicado por Sofia Bragança Buchholz às 14:07
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Quinta-feira, 10 de Maio de 2018

❤️Kika❤️ 1.08.2003 - 10.05.2018

Sim, é possível amar um animal como se ama um humano. Vou amar-te sempre, meu bebé!

 

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publicado por Sofia Bragança Buchholz às 19:00
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Sexta-feira, 24 de Novembro de 2017

Paradoxos

O ser humano é um ser estranho. Queixa-se da solidão e anseia encontrar a sua "outra metade". Contudo, é resistente ás cedências que isso implica. Pouco flexível, é incapaz da entrega, receando a invasão do seu território e a perda da sua independência. Quer apenas o "bom" do todo que tem também o "mau", e esquece-se que o que conta é, no final, o peso de cada um deles na balança. Desiste, sem quase sequer ter começado, convencendo-se que é melhor assim.
O ser humano é um ser estranho. Com medo de a perder, vive - infeliz - preso à sua própria liberdade.

 

 

 

publicado por Sofia Bragança Buchholz às 07:57
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Quinta-feira, 4 de Agosto de 2016

Sobre a dor

Paradoxalmente, existem momentos em que a dor nos consola.

Certos estados de dor invadem-nos como uma espécie de torpor anestésico, uma espécie de coma emocional induzido pelo sofrimento. Na antítese estará, talvez, o chorar de felicidade.
 

 

publicado por Sofia Bragança Buchholz às 06:35
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Verdades [quase] Absolutas

"E qualquer coisa que eu recorde agora, vai doer, a memória é uma vasta ferida."

[Chico Buarque in "Leite Derramado"]

publicado por Sofia Bragança Buchholz às 06:33
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A Insustentável Fragilidade da Vida.

Mais uma noite na urgência de um hospital para me relembrar que começamos a vida frágeis, a chorar, dependentes do pai e da mãe e acabamo-la da mesma forma: uns velhinhos indefesos aterrorizados, com medo da solidão e da morte, a chamar pelos pais. (25.07.2012)

publicado por Sofia Bragança Buchholz às 06:31
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Verdades [quase] Absolutas

"O verdadeiro amor é como a aparição dos espíritos: toda a gente fala dele, mas poucos o viram."

François La Rochefoucauld

publicado por Sofia Bragança Buchholz às 06:27
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Terça-feira, 2 de Agosto de 2016

Sobre o Caminho

Há 19 anos foi [surpreendentemente] um dos dias mais felizes da minha vida. Repetia tudo outra vez, mudando apenas a minha capacidade de tolerância, assertividade, empatia e compreensão. Chegamos, definitivamente, mais sábios à meia idade. Pena não podermos voltar atrás e mudar as coisas com os conhecimentos e ferramentas emocionais que temos agora.

 

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publicado por Sofia Bragança Buchholz às 21:15
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